Região Norte

Região Norte do Brasil.

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Maior região do Brasil e segunda menos povoada, corresponde à fantástica Amazônia, onde tudo é grandioso. Cortada pelo Equador, tem uma parte situada no Hemisfério Norte.
Aqui está a maior floresta equatorial do planeta, que apresenta uma vegetação densa, com árvores de até 60m de altura. Dos vinte maiores rios do mundo dez fazem parte da Bacia Amazônica, que representa 1/5 das reservas de água doce existentes, principalmente o Rio Amazonas, o mais caudaloso e mais extenso do mundo, com 6.840km, com até 50km de largura no seu ponto mais largo, próximo a Gurupá/PA (a menor largura, em Óbidos/PA tem 2.600 metros). A força das águas amazônicas é tão grande que na sua foz (com aproximadamente 320km de largura) o Rio Amazonas empurra o Oceano Atlântico para até 150km da costa, e é por isso que, quando o descobriu no ano de 1.500, o espanhol Vicente Yanez Pinzón o chamou de “Mar Dulce”.
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Na foz do Rio Amazonas as praias de rio têm ondas.
É aqui também que em alguns rios ocorre o fenômeno da “Pororoca”, uma perigosa onda contínua com até 5m de altura, formada na subida da maré e que costumeiramente é explorada por surfistas.
Sua fauna e sua flora exuberantes, com 1/3 das espécies vivas do planeta, fascinam e apaixonam os especialistas e os visitantes. Abriga a metade das espécies de aves hoje conhecidas, possui a maior diversidade de insetos, répteis e anfíbios. Possui mais espécies de peixes que o oceano Atlântico.  As águas da Amazônia também são ricas em caranguejos, camarões, serpentes, tartarugas, botos (entre eles o boto cor-de-rosa), lontras, jacarés e até tubarões, que sobem centenas de quilômetros nos rios em busca de peixes. Dezenas de espécies de aves aquáticas exploram essas águas, ricas em alimentos. O maior roedor, as maiores araras e papagaios, as maiores cobras, os maiores peixes (o pirarucu pode atingir mais de 3 metros de comprimento e pesar 180 quilos) e as maiores árvores tropicais estão na Amazônia. A diversidade de mamíferos, especialmente macacos e felinos é muito grande. Pelo menos trinta espécies de macacos ocorrem na floresta amazônica.
Nesta região encontram-se: os dois maiores arquipélagos fluviais do mundo, Mariuá e Anavilhanas, com o total de 1.100 ilhas (fonte: ProaManaus e Wikipédia), situados no Rio Negro/AM; a maior Reserva Biológica inundada do planeta – Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, no Amazonas; a maior ilha fluvial do mundo, Ilha do Bananal, no Rio Araguaia/TO e o arquipélago de Marajó/PA, situado na foz do Rio Amazonas, com a maior ilha fluviomarítima do mundo, a de Marajó, com aproximadamente 50.000km², que também abriga o maior rebanho de búfalos do país.
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Floresta intocada no Amapá.
O relevo da Região Norte é caracterizado por baixas altitudes, a chamada planície amazônica, onde ocorrem as Matas de Igapó, sempre inundadas, as Matas de Várzea, só inundadas nas cheias dos rios e as Matas de Terra Firme, nunca inundadas e situadas nos baixos planaltos da Amazônia. Mas aqui também ocorrem planaltos, e na serra de Imeri, no Estado do Amazonas, nas proximidades da fronteira com a Venezuela, encontram-se os dois pontos mais altos do relevo brasileiro, o pico da Neblina, com 2.994m e o pico 31 de Março, com 2.992m de altitude (fonte: IBGE).
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A formação da foto é a “Bela Adormecida”, em S. Gabriel da Cachoeira, no alto Rio Negro – região montanhosa no noroeste do Estado do Amazonas.

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Monte Roraima, na fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana Inglesa.
O clima predominante é o equatorial, quente, úmido e semi-úmido, com temperaturas médias em torno dos 24°C e 26°C (mínimo 18°C e máximo 39°C). Chove muito entre os meses de novembro e junho, o que concorre para as cheias dos rios.
A maior parte da população, 61%, vive nas cidades. Cerca de 63,97% dos habitantes da região são pardos, 28,49% são brancos e somente 1,18%são indígenas. Os negros, amarelos e outros correspondem a 6,36% do total. O Pará é o estado mais populoso e o Acre, o Amapá e Roraima estão entre os estados menos populosos do Brasil, sendo a soma de suas populações menor que quatro milhões e quinhentos mil habitantes. Nesta região vivem 37,87% dos indígenas brasileiros, distribuídos em várias etnias (fontes: IBGE e Funai). A Região Norte tem as maiores taxas de crescimento populacional do Brasil.
Os sete Estados, Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins são compostos por 449 municípios, que ocupam grandes áreas, sendo o município de Altamira/PA o maior do mundo, com 161.445,9km², maior que as áreas de 100 países do planeta terra, um a um, e maior que os Estados de Alagoas, Sergipe, Rio de Janeiro e Espírito Santo juntos.
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Manaus, capital do Estado do Amazonas.

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Belém, capital do Estado do Pará.

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Porto Velho, capital do Estado de Rondônia.
A ocupação da região ocorreu através de atividades ligadas ao extrativismo vegetal. No fim do século XIX e início do século XX a exploração da borracha impulsionou o melhoramento das principais cidades, como Manaus, capital do Amazonas e Belém, capital do Pará. Posteriormente deu-se a extração mineral, com ouro e ferro, a partir da construção de estradas interestaduais, como a Belém-Brasília, a Transamazônica, a Cuiabá-Santarém e a Cuiabá-Porto Velho.
Atualmente a economia da Região Norte baseia-se na indústria eletro-eletrônica, de motocicletas, químico-farmacêutica, gráfica e relojoeira, indústria de transformação de minerais, de beneficiamento de matéria prima vegetal e alimentícia, mineração, extração de petróleo e gás natural, agricultura, pesca, pecuária extensiva e extração vegetal, incluindo a de madeira de lei.
As principais áreas de mineradoras são a Serra dos Carajás, no Pará, onde se explora o ferro; a Serra do Navio, no Amapá, com a exploração de manganês; e Oriximiná, no norte do Pará, de onde se retira bauxita para a produção de alumínio. A extração de petróleo e gás natural é feita a partir de Urucu, no município de Coari, no Amazonas.
A região abriga as maiores propriedades rurais do planeta, destacando-se a Fazenda Jarí/PA, maior do mundo, com 30.000km², área equivalente à do Estado de Sergipe. O Estado do Pará tem enormes conflitos ligados à propriedade e exploração de terras e possui as maiores áreas desmatadas na Amazônia, enquanto que o Amapá possui o maior índice de preservação das florestas, quase intocadas.
Os rios amazônicos abrigam hidrelétricas como Samuel, em Rondônia, Balbina, no Amazonas e Tucuruí, no Pará, que atende também a uma parte da Região Nordeste.
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Base da Petrobrás, com extração de petróleo e gás em Urucu, Coari/AM.

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Maior mina de ferro a céu aberto do mundo, em Carajás, no Pará.
É necessário algum esforço para entender a Amazônia, repleta de características próprias. Aqui tudo é longe e as distâncias são medidas em dias de viagem de barco através dos milhares de rios, paranás e lagos amazônicos. Embora existam grandes cidades como Manaus e Belém, que têm mais de um milhão e quinhentos mil habitantes cada uma, a região é toda verde e existe muita água por todos os lados.
No centro da Amazônia, em conseqüência das dificuldades para a construção de estradas de maior alcance, as propriedades e as populações rurais se distribuem nas margens dos rios e lagos, onde predominam moradias e outras instalações montadas em palafitas, necessárias para resistir às cheias periódicas. Quando os níveis das águas alcançam os soalhos das palafitas os seus ocupantes constroem outros mais altos, e para o gado constroem estruturas de madeira chamadas “marombas”. Existem ainda os “flutuantes”, que são edificações construídas sobre enormes toras de madeira, que acompanham a subida e descida das águas e podem até ser rebocados para qualquer outro lugar, ou outro rio.

Palafitas de um Lodge, em um lago da região amazônica.
Os meios de transporte mais utilizados são barcos e aviões, e existem aeroportos em quase todos os municípios da região. O transporte por estradas só existe de verdade no sul e leste do Pará, no sul do Amazonas, entre os municípios mais próximos de Manaus e nos estados do Acre e Rondônia.
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Além de aviões, há milhares de barcos “regionais”.
Manaus, onde existe um pólo industrial muito ativo, é um dos maiores centros de movimentação de cargas do país e é servida pelo transporte rodoviário interestadual com carretas embarcadas em balsas e transportadas até os portos de Belém/PA e Porto Velho/RO. Existe uma estrada federal que liga Manaus a Boa Vista/RR e a partir daí liga a região ao Caribe, através da Venezuela. O Rio Amazonas permite a navegação de navios de grande porte, de qualquer calado, e Manaus também é servida por esse modal.
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Navios cargueiros em cais flutuante do Porto de Manaus/AM.
Com folclore próprio, as grandes atrações são o Festival Folclórico do Boi-Bumbá de Parintins/AM, o Círio de Nazaré, em Belém/PA, o Çairé (com Ç mesmo), em Santarém/PA e as danças típicas, Marujada, Carimbó e Cirandas. O artesanato se baseia em fibras naturais, máscaras, cocares, e de cerâmicas Marajoaras e Tapajônicas. Nessa linha de artesanato são confeccionadas jóias de muito bom gosto, exóticas mas sofisticadas, mescladas de ouro, pedras preciosas e sementes da região.
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Festival de Parintins, no Amazonas…

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e Festa do Çairé em Santarém, no Pará.
A culinária amazônica tem grande diversidade, com destaque para peixes (assados e em caldeiradas), como Pirarucu (bacalhau da Amazônia), Tambaqui, Tucunaré, Matrinxã e Jaraqui, pato no tucupi, maniçoba, tacacá, tapiocas recheadas de tucumã e pupunha, doces, tortas e outras iguarias feitos com cupuaçú, taperebá, castanha-do-pará etc.

Cupuaçú, tucumã, açaí e guaraná – Frutas da Amazônia.
A Amazônia é perfeita para o turismo ecológico, a pesca e a aventura. É aqui que a pesca esportiva fluvial consegue recordes mundiais. Existem hotéis turísticos de nível internacional, localizados dentro da selva, e grandes hotéis convencionais nas principais cidades. Os litorais do Amapá e do Pará têm características próprias e incomuns e merecem ser visitados.
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Praias de mar...

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…no litoral do Pará.
Correspondendo à sua disponibilidade de água os amazônidas sabem explorar bem as atividades aquáticas para o laser e o esporte, em belíssimos balneários e outros locais.

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